Luisa Alcântara
This is ballroom dancing / Sometimes I forget but then I remember ballroom dancing / You can do anything when you’re ballroom dancing // It was going over the bridge— / That same bridge from earlier in the day / When she found herself at the aforementioned conclusion / Looking at the head of a duck with the body of a hedge / Taking no pleasure / Hardly seeing at all / Him laughing / Almost as if at her / Pausing, almost as if it were a special effort, yes, because it didn’t come naturally to him / Pausing / Heat rushing to her head now / As if it were the one severed from its body, hollowed out, covered in paper maché, and placed atop a hedge / She thinks of anything but the fact of ballroom dancing. // Enter: a bedwarm fleshful courtesan / She is trailed by a train of promised ones / They have promised her and she has promised them / They have allied themselves against the station / The standstill / She is spinning so fast that she has almost dissolved into the air / She is their leader and to them she is heaven-sent / No more of this, she thinks to herself invisibly / She’ll live forever, they think to themselves / She exists the ballroom // Through the blue-green over the blue-brown to another, darker, blue-green-black / Where they had been not so many nights before / Where ducks perched, this time, not severed from their bodies, but severed from their feet—yes, by the blue-black-green / That’s too bad / Quick brush of the lips, not more, barely felt / No desire, none at all / Bumping in her saddle over coarse blue-brown-yellow-grey sand / Resenting it with each thrust / And then, not knowing it would be one of the last times / Not savoring at all / Though, letting it guide her as it did // Re-enter the ballroom / Everyone is ballroom dancing / Every step falling, not moving forward nor backward, falling into the ground every step / Then, back and forth and back and forth, countless times, to find what had fallen, only it was nothing, at least nothing of hers, nothing missing, and therefore nothing to be found / Have you given up? She thinks / Un-asking, half-predicting, only to be let down—rides alone / Breathing, sighing, breath of relief, release, composure, missing, aiming, missing again, grieving, thrown asunder / This isn’t like me / This is just like me / Recalling her earlier fate—well, almost met by it, escaping it narrowly // Subject pronounced dead in the field / Threat of floodlights flashing on / Alert for the countdown / Call to them / This is for the whirl around / You know this move / You’ve been doing it all your life // This poem was written by Georgica Pettus, Pedro Köberle and Luisa Alcântara to accompany the painting Stalker III: Ballroom Dancing in the Brazilian Fall of 2025. *** Isso é / Dança de salão // As vezes esqueço / mas depois me lembro; me lembro de / Dança de salão // Você pode o que quiser, quando / Dança de salão // Estava passando pela ponte. / A mesma ponte do início do dia / Quando ela se viu na conclusão antes mencionada / Olhando para a cabeça de um pato com o corpo de uma cerca viva / Sem nenhum prazer / Quase não vendo nada / Ele rindo / Quase como se estivesse olhando para ela / Fazendo uma pausa, quase como se fosse um esforço especial, sim, porque não era algo natural para ele / Pausa / O calor subindo para sua cabeça agora / Como se fosse aquela que foi separada do corpo, esvaziada, coberta com papel machê e colocada em cima de uma cerca viva / Ela pensa em tudo, menos em dança de salão. // Entra: uma cortesã carnuda e quente da cama / Ela é seguida por um comboio de prometidos / Eles lhe prometeram e ela lhes prometeu / Eles se aliaram contra a estação de trem / A paralisação / Ela está girando tão rápido que quase se dissolveu no ar / Ela é a líder deles e, para eles, é enviada do céu / Chega disso, ela pensa consigo mesma de forma invisível / Ela viverá para sempre, eles pensam consigo mesmos / Ela existe no salão de baile // Através do azul-verde sobre o azul-marrom até outro azul-verde-preto mais escuro / Onde they haviam estado não tantas noites antes / Onde os patos pousaram, dessa vez, não separados de seus corpos, mas separados de seus pés - sim, pelo azul-preto-verde / Isso é muito ruim / Um rápido roçar de lábios, nada mais, mal sentido / Nenhum desejo, nenhum mesmo / Batendo em sua sela sobre a areia grossa azul-marrom-amarela-cinza / Ressentida com cada impulso / E então, sem saber que seria uma das últimas vezes / Não saboreando nada / Embora, deixando que ele a guiasse como o fazia // Voltamos ao salão de baile / Todos estão dançando dança de salão / Cada passo caindo, sem se mover para frente ou para trás, caindo no chão a cada passo / Depois, para frente e para trás e para frente e para trás, inúmeras vezes, para encontrar o que havia caído, mas não era nada, pelo menos nada dela, nada faltando e, portanto, nada a ser encontrado / Você já desistiu? Ela pensa / Sem perguntar, meio que prevendo, apenas para ser decepcionada - cavalga sozinha / Respirar, suspirar, respirar de alívio, liberar, manter a compostura, perder, mirar, perder de novo, sofrer, ficar desorientada / Isso não é como eu / Isso é como eu / Relembrando seu destino anterior - bem, quase o encontrando, escapando dele por pouco // Sujeito declarado morto no campo / Ameaça de holofotes acesos / Alerta para a contagem regressiva / Chamada para eles / Isso é para o giro / Você conhece esse movimento / Você o fez durante toda a sua vida // Este poema foi escrito por Georgica Pettus, Pedro Köberle e Luisa Alcântara para acompanhar a pintura Stalker III: Dança de Salão no Outono Brasileiro de 2025. *** C’est ça, le ballroom dancing / Parfois j’oublie, puis je me souviens du ballroom dancing / On peut tout faire quand on fait du ballroom dancing / C’était en traversant le pont— / Ce même pont, plus tôt dans la journée / Quand elle en était venue à cette conclusion susmentionnée / Regardant la tête d’un canard sur un corps de haie / Sans plaisir / Presque aveugle / Lui, riant / Presque como si c’était d’elle / Il s’arrêtait, como si cela lui demandait un effort particulier, oui, car ce n’était pas naturel chez lui / Il s’arrêtait / La chaleur lui montait à la tête / Comme si c’était elle, cette tête, tranchée de son corps, évidée, recouverte de papier mâché, et posée sur une haie / Elle pense à tout sauf au fait du ballroom dancing. / Entre en scène : une courtisane chaude et charnelle / Elle est seguida d’un cortège de promis / Ils lui ont fait des promesses, elle leur en a fait aussi / Ils se sont alliés contre la gare / L’arrêt / Elle tourne si vite qu’elle en devient presque invisible / Elle est leur chef, pour eux elle est envoyée du ciel / Assez de tout ça, pense-t-elle en silence / Elle vivra pour sempre, pensent-ils en silence / Elle sort du ballroom / À travers le bleu-vert sur le bleu-brun vers un autre bleu-vert-noir plus profond / Là où ils étaient, il n’y a pas si longtemps / Où les canards perchés, cette fois, n’étaient pas sans tête mais sans pattes—oui, emportées par le bleu-noir-vert / C’est dommage / Effleurement rapide des lèvres, pas plus, à peine senti / Pas de désir, aucun / Secouée en selle sur un sable rude bleu-brun-jaune-gris / Le ressentant à chaque secousse / Et puis, sans savoir que ce serait l’une des dernières fois / Sans savourer / Mais se laissant guider, comme sempre / Retour au ballroom / Tout le monde fait du ballroom dancing / Chaque pas qui tombe, sans avancer ni reculer, tombe dans le sol à chaque fois / Puis, en avant en arrière, encore et encore, pour retrouver ce qui était tombé, mais ce n’était rien, rien à elle, rien de perdu, donc rien à trouver / Tu as abandonné ?, pense-t-elle / Sans poser la question, à moitié devinant, pour être déçue—elle chevauche seule / Respiration, soupir, soulagement, relâchement, maîtrise, manquée, visée, manquée encore, chagrin, désarroi / Ce n’est pas moi / C’est tout à fait moi / Rappel de son destin plus tôt—frôlé de peu, échappé de justesse / Sujet déclaré mort sur le terrain / Menace des projecteurs allumés / Alerte pour le compte à rebours / Appelle-les / C’est pour la vrille / Tu connais ce mouvement / Tu le fais depuis toujours / Ce poème a été écrit par Georgica Pettus, Pedro Köberle et Luisa Alcântara para acompanhar le tableau Stalker III : Danse de salon à l'automne brésilien de 2025. *** Esto es / baile de salón / A veces se me olvida, / pero después me acuerdo: / baile de salón / Puedes hacer cualquier cosa cuando estás en el / baile de salón / Cruzando el puente, / vio la cabeza de un pato sobre un arbusto. / Él se reía. / Ella, sin ver, sin placer, / con la cabeza hueca, de papel maché. / Pensó en todo, menos en el / baile de salón / Aparece una cortesana, / seguida por sus prometidos. / Ella gira, casi desaparece. / Es un milagro, piensan. / Basta, piensa ella, / y sale del / baile de salón / Dunas, agua turbia, / patos sin patas. / Un roce, sin deseo. / Sacudidas ásperas. / No sabía que era una de las últimas veces, / pero se dejó llevar. / Vuelve al / baile de salón / Todos bailan / baile de salón / Pasos que no avanzan, solo caen. / ¿Te rendiste?, piensa. / Cabalgando sola. / Suspira. Falla. Recuerda. / No soy así. / Soy así. / Luz encendida. / Cuenta regresiva. / Esto es por el giro. / Lo conoces. / Lo has hecho toda la vida. / Baile de salón. / Este poema fue escrito por Georgica Pettus, Pedro Köberle y Luisa Alcântara para acompañar la pintura Stalker III: Baile de salón en el otoño brasileño de 2025.
Works
The Life and Death of Nathaniel Prym
I Believe in God and So Should You
Stalker I: The War of The Roses
Stalker II: Puzzle
Stalker III: Ballroom Dancing
Stalker IV: Tile Piece
Stalker V
Rish (Cool Painting Number 1)